Musical: My Fair Lady
Versões: Claudio Botelho
Vejam só a vítima das ruas
Uivando suas sílabas pra lua
Que um dia alguém a enforque de uma vez
Por matar friamente o idioma inglês
Isso é o que as pessoas hoje em dia
Chamam de uma educação sadia
Todo mundo fala assim
As escolas são o fim
Os ingleses não têm formação
Você já passou do pré?
Mas é craro sô, qualé!
Eis aí a nossa situação
Todos falam muito mal
Articulam muito mal
Parecem mais um coro de animais
Rãs, galinhas e leitões
Como essa aí
São sons assim que a tornam tão vulgar
Mais que a cara suja e esse olhar
Por que diabos não se fala mais inglês?
Agora tudo é gíria, a língua não tem vez
Ninguém se preocupa mais
Com o som que a palavra tem
E a educação acabou também
A fala traduz o homem
De maneira incontestável
Um simples 'alô' revela
Um personagem insuspeitável
Nós os ingleses já não temos salvação
Mas por que diabos é a...
Pobre língua inglesa perdida, cuspida
Nas terras ao redor
Na Escócia e Irlanda a coisa é bem pior
E em certos países a pobre é cada vez menor
Por que diabos não se fala mais inglês?
Na Grécia falam grego, na China o bom chinês
E até os franceses sabem tudo de impostação
Na Arábia todos falam tudo tão corretamente
Enquanto os hebreus sabem até de trás pra frente
Porém com os ingleses o inglês chegou ao fim
Por que diabos?
Por que diabos é assim?
A vida aqui ta ruim
Eu acho que vou pra Pari
A baronesa convidou
Pra festa em Capri
O meu verão eu vou passar
Nas ruas de Madrid
Mas vai ser tão bão demais!
Eu só quero um lugar pra mim
Bem quentinho e só pra mim
Um lugarzinho assim
Meu Deus! Mas era bão demais!
Chocolate pra mim comer
Chá com leite pra mim beber
Carvão pra me aquecer
Meu Deus! Mas era bão demais!
Eu sentada numa almofada de cetim
Que bão!
De repente alguém me diz
Que é hora do meu bombom
E esse alguém vai se aproximar
No meu colo se aconchegar
E vai me agasalhar
Meu Deus! Mas era bão demais!
Bão demais!
Bão demais!
Bão demais!
Bão demais!
Eu só quero um lugar pra mim
Bem quentinho e só pra mim
Um lugarzinho assim
Meu Deus! Mas era bão demais!
Chocolate pra mim comer
Chá com leite pra mim beber
Carvão pra me aquecer
Meu Deus! Mas era bão demais!
Eu sentada numa almofada de cetim
Que bão!
De repente alguém me diz
Que é hora do meu bombom
(Hora do doce!)
E esse alguém vai se aproximar
No meu colo se aconchegar
E vai me agasalhar
Meu Deus! Mas era bão demais!
Bão demais!
Bão demais!
Bão demais!
Meu Deus! Mas era bão demais!
Bão demais!
Bão demais!
Bão demais!
Bão demais!
Deus fez o homem forte pro trabalho
Pra no trabalho o homem se entregar
Deus fez o homem forte pro trabalho, mas
Com um pouquinho assim de sorte
Um pouquinho assim de sorte
Eu jamais terei de trabalhar
Um pouquinho só
Um pouquinho só
Um pouquinho só
Jamais vou trabalhar
Pra que sofrer pra andar na linha?
Basta um pouquinho assim
De sorte e nada mais
E Deus então criou a mulherada
E entregou ao homem pra casar
E Deus então criou a mulherada, mas
Com um pouquinho assim de sorte
Um pouquinho assim de sorte
E ninguém me leva pro altar
Um pouquinho só
Um pouquinho só
Um pouquinho só
E eu não vou me casar
Um pouquinho só
Um pouquinho só
Um pouquinho
E eu não vou me casar
(...)
E Deus então criou a vizinhança
E a vizinhança é sempre tão feliz
E Deus então criou a vizinhança, mas
Com um pouquinho assim de sorte
Um pouquinho assim de sorte
Eu levanto sempre o meu nariz
Um pouquinho só
Um pouquinho só
Um pouquinho só
E eu torço o meu nariz
O bom vizinho é sempre um chato
Mas com um pouquinho assim de sorte
Eu vou fugir
E Deus castiga o homem que paquera
Que deixa a esposa e sai pra namorar
E Deus castiga o homem que paquera, mas
Com um pouquinho assim de sorte
Um pouquinho assim de sorte
A patroa nunca vai notar
Um pouquinho só
Um pouquinho só
Um pouquinho só
Pra véia não notar
Um pouquinho só
Um pouquinho só
Um pouquinho só
Pra me safar!
Sou um homem bem comum
Que deseja tão somente
Ler em paz o seu jornal
Viver a vida simplesmente
Como um homem bem normal
Um homem sem rancor
E sem perturbações
Que quer sobreviver, com prazer
Sempre buscando as melhores sensações
Só um homem bem comum
Mas aparece uma mulher
E tudo pode acontecer
Ela vai me atormentar
Ela vai arrebentar
Com a paz e com o sossego
Ela pode enlouquecer
Aparece uma mulher
E é pior que um vendaval
Faça planos e verá
Que ela sempre estragará
Com seus gostos e vontades
Ela é dona da verdade
No final
Se você quer falar de Shakespeare
Ela só quer falar de amor
Ela só quer dormir juntinho
Mas sempre puxa o cobertor
Quando aparece uma mulher
É um eterno envelhecer
Se outros querem se acabar
Que se atirem no altar
Eu prefiro ir ao dentista
E dispenso anestesista
Mas eu juro que jamais vou me casar
Sou um homem tão feliz
Que aprendeu a ter prazer
Em sua própria solidão
Que nas paredes do seu quarto
Sempre encontra inspiração
E não se espanta mais
E sabe compreender
E adora meditar, contemplar
Perto dos Deuses e longe dos mortais
Só um homem bem feliz
Mas aparece uma mulher
E é pior que um furacão
As amigas vêm atrás
Se esparramam nos sofás
Como gralhas e galinhas
Se espalhando na cozinha e no salão
E a família dela é podre
Os seus sobrinhos marginais
E aquela mãe feroz e gorda
Com seus gritos infernais
Quando aparece uma mulher
Aparece uma mulher
Aparece uma mulher
Ah! Eu juro que jamais vou me casar
Ele não tem nenhum tostão no bolso
O pobretão mais pobre que encontrei
Ele não tem nenhum tostão no bolso, mas
Com um pouquinho assim de sorte
Um pouquinho assim de sorte
Ele vai vivendo como um rei
Um pouquinho só
Um pouquinho só
E ele vive a vida como um rei
Você vai, Enry Inggins, você vai
Vai entrar por onde todo mundo sai
Você vai cair da cama
Você vai rolar na lama
Você vai, Enry Inggins, você vai
Você vai, Enry Inggins, vai sofrer
Vai ficar doente quase pra morrer
E vai ter dor de barriga
Você vai pegar lombriga
Você vai, Enry Inggins, você vai
Ooooh Enry Inggins!
Você vai ser atirado aos tubarão
Ooooh Enry Inggins!
Quero ver você no meio dos dentão
E eles vão te mastigar
Você vai se arrebentar
Oh, oh, oh, Enry Inggins
Oh, oh, oh, Enry Inggins
Você vai!
Atrás do trem as tropas vêm trotando
Ela acertou! Ela acertou!
Atrás do trem as tropas vêm trotando
Ela conseguiu! Ela conseguiu!
E as tropas vêm atrás de quem?
Só do trem! Só do trem!
Repete então, meu bem
Do trem! Do trem!
Atrás do trem as tropas vêm trotando
Atrás do trem as tropas vêm trotando
O jarro azul se acha cheio
Junto do jarro rosa
Foi tão gentil me convidar
E as tropas vêm atrás de quem?
Só do trem! Só do trem!
Repete então, meu bem
Do trem! Do trem!
Atrás do trem as tropas vêm trotando
Atrás do trem as tropas vêm trotando
Oh não! Dormir agora não
Agora tudo quer amanhecer
Sim! Sim! A tudo eu digo sim
Tudo agora pode acontecer
Agora eu vou dançar
E nunca mais parar
E nunca mais sofrer
Agora eu quero mais
Eu vou correndo atrás
Da vida pra viver
Aconteceu
Como se fosse um sonho
E eu já não sei como acordar
Ele tocou em mim
E despertou em mim
Essa vontade de dançar
Já são três horas
Já ta na hora
É hora de dormir
Agora eu vou dançar
(Já é manhã, já é demais)
E nunca mais parar
(Não pode ser, não pode mais)
E nunca mais sofrer
(O sol já vem sim, você também sim
Precisa descansar, não pode mais)
Agora eu quero mais
(Não pode mais rodopiar)
Eu vou correndo atrás
(Não pode mais escorregar)
Da vida pra viver
(Já é manhã sim e ao nosso afã sim
Vamos voltar)
Aconteceu
Como se fosse um sonho
E eu já não sei como acordar
Ele tocou em mim
(Lá vem o sol, já vai surgir)
E despertou em mim
(Vem pro lençol, vamos dormir)
Essa vontade de dançar
Eu compreendo
Foi tudo lindo
Mas é melhor dormir
Agora eu vou dançar
E nunca mais parar
E nunca mais sofrer
Agora eu quero mais
Eu vou correndo atrás
Da vida pra viver
Aconteceu
Como se fosse um sonho
E eu já não sei como acordar
Ele tocou em mim
E despertou em mim
Essa vontade de dançar
Todo conde e todo duque aqui
Toda dama dando um look aqui
Quem é chic, quem é magnifique
Sempre vem a Ascot desfilar
Lá na pista os cavalos
Esperando a hora de arrancar
Aflitiva tanta expectativa
Quando aquela fita arrebentar
Rostos, lenços
Gestos tensos
Pulsos param
E os corações disparam
Já vai começar
Quem não apostou?
Ai! O sino bate
Um cão que late
Que aflição
Já começou
Que loucura, que corrida
Super concorrida até o fim
Excitante, tão emocionante
Todo ano Ascot é assim
Ao falar da tia morta e do chapéu
Ela me abotoou
E meu coração voando foi ao céu
Ao saber que o pai depois se embebedou
Mas a mais hilariante sensação
Foi quando ela disse: Dover, mexe esse bun...
(...)
Onde vão meus pés
Eu não sei dizer
Mas deslizam nas calçadas
E eu não sei porquê
Só não sei voltar
Onde quer que eu vá
É a rua onde mora você
As janelas são todas tão iguais
Mas eu lembro que uma delas
Tem você por trás
A cidade diz que eu serei feliz
Só na rua onde mora você
O som de todos os sinos
A dobrar parecem dizer
Que eu sou de novo um menino
Que de repente vai correndo pra você
Os amigos vão perguntar por mim
Vão dizer que estou mudado
Ou qualquer coisa assim
E eu não volto mais
Mas o amor me traz
Para a rua onde mora você
(...)
As janelas são todas tão iguais
Mas eu lembro que uma delas
Tem você por trás
A cidade diz que eu serei feliz
Só na rua onde mora você
Você saiu vencendo
Vencendo, vencendo
Ninguém acreditava
Mas você venceu
Eu bem que duvidava
Jurava, jurava
Você não venceria
Mas você venceu
Merece uma taça
E medalhas de louvor
Não foi nada
Não foi nada
Você foi um grande herói
Lutando com valor
Porém, porém
Não esquecerei, porém
Que o mérito é pra você também
Mas quem saiu vencendo
Vencendo, vencendo
Com a força de um rochedo
Sem fugir e sem ter medo
Não há dúvida que foi você
Meu Deus, mas eu sofri demais
Envelheci um ano ou mais
Nunca passei tamanha provocação
Eu, por mim, acreditei
E nem no fundo eu duvidei
E digo até que nem dei atenção
Vocês nem podem acreditar
Todos no baile a perguntar
Quem dama é essa ai com o professor?
E quando o príncipe Gregor dançou com ela
Eu percebi que havia um vencedor
Você saiu vencendo
Vencendo, vencendo
Aplausos para ela
Pois no fundo a sorte dela
Só nos prova que você venceu
(...)
Aquele canalha que usa o saber
Em causas obscuras e sente prazer
Fazendo chantagens e coisas assim
Farejando a situação
Entre nós aquele cão
De Budapeste
Não largava o nosso pé
Nunca dava marcha a ré
Aquela peste
E eu então achei que era melhor
Deixar o tal se aproximar de nós
E ele a convidou para dançar a sós
Derramando sedução
Gastando seu ar de canastrão
Vários truques ele usou
Pra desbancar o nosso show
E quando a dança chega ao fim
Ele aparece no jardim
Com aquele riso sujo
E aquela voz sem graça
Proclamando a todos
Que ela era uma farsa
E disse que ela fala bem
O que comprova que ela é estrangeira
Um inglês jamais teria a pronúncia
Assim tão límpida e certeira
Com certeza foi aluna de algum grande
Mestre em línguas ou filósofo
Mas inglesa ela não é! É Húngara!
Nós te aclamamos, oh mestre Higgins
Para sempre campeão
Nós te aclamamos, oh mestre Higgins
Parabéns ao nosso bom patrão
Você saiu vencendo
(Nós te aclamamos)
Vencendo, vencendo
(Oh mestre Higgins)
Ninguém acreditava
(Para sempre)
Mas você venceu
(Campeão)
Você saiu vencendo
(Nós te aclamamos)
Vencendo, vencendo
(Oh mestre Higgins)
Os louros da vitória
(Nós dizemos aleluia)
E um lugar na nossa história
Porque só você venceu!
Se você fala o tempo vira
O mundo gira
Só pra ouvir você
Se você olha tudo brilha
Que maravilha
E eu não sei mais
Blá! Blá! Blá!
Tanto blá blá blá
Pra que tanta palavra
Sem mais nem porque
Eu não consigo entender
Não fale assim
Não fale mais
Se você faz, faça
Faça por mim
Faça por nós
Não gaste a voz, faça
Chega dessa coisa
De falar de coração
Olha eu aqui
Na sua mão
Todo mundo sabe
Que o amor é muito mais
Que o blá blá blá dos casais
Pra que pedir?
Pra que jurar?
Sabe beijar?
Faça! Faça!
Não deixe o amor escorregar
Só dizendo que fará
Faça já
Pra que canção?
Pra que rimar?
Vem me buscar, faça
Eu quero é mais
Mais sensação
Eu quero ação, faça
Chega dessa coisa
De tentar me conquistar
Já conquistou, vem me pegar
Chega de bancar
A mariposa atrás de mim
Que a minha luz ta no fim
Se você quer
Quer me agradar
Vem me agarrar
Faça! Faça!
Pra não sair sem me provar
Só dizendo que fará
Faça já!
Só faltam poucas horas
Pra hora da união
Só poucas horas
Pra tampa do caixão
Vou me casar de manhãzinha
Ding dong, os sinos vão tocar
Eu vou chorando
Vou protestando
Mas me carreguem pro altar
Vou me acabar de manhãzinha
Já não da mais pra me safar
Bye bye queridas
Sem despedidas
Não tem mais jeito, eu vou casar
Eu vou gritando
Mas vou pra lá
Vou me arrastando
Mas eu vou chegar
Vou me casar de manhãzinha
Ding dong, os sinos vão tocar
Sem choradeira
E sem saideira
Me levem pro altar
Lá pro meu altar
Não tem mais jeito, não
Eu vou casar
Vou me casar de manhãzinha
Ding dong, os sinos vão tocar
Vou amarrado
Vou algemado
Mas me carreguem pro altar
Vou me acabar de manhãzinha
Já não da mais pra escapar
Eu fui fisgado
Tô condenado
Não tem mais jeito, vai casar
Numa piscina
Vão me afogar
Na guilhotina
Vão me decepar
Mas vou me casar de manhãzinha
Ding dong, os sinos vão tocar
Eu vou com ânsia
Vou de ambulância
Mas vou pro meu altar
Vou pro meu altar
Não tem mais jeito, não
Eu vou casar
Agora o sol já vem surgindo
Lá vem as cores da manhã
Toda a cidade
Vem de verdade
Dizer adeus
Pra sempre, adeus
Vou me casar de manhãzinha
Ding dong, os sinos vão tocar
Vai grande amigo
Pro último abrigo
Direto pro altar
Logo pro altar
Carreguem ele logo pro altar
Eu não compreendo porque foi que ela partiu
Logo nesta noite especial
Que terá passado?
Quem será o culpado?
Não da pra se entender qual foi o mal
Todas as mulheres são assaz irracionais
Titica na cabeça é o que elas têm
E todas são exasperantes, irritantes
Vacilantes, enervantes, desgastantes
Mórbidas e estúpidas também
Por que as mulheres são todas iguais?
Não são como os homens, não são como nós
Os homens são sérios, os homens são bons
Os guardiões da inteligência e da razão
Mas as mulheres, elas não
Quem me diz por que é que todas são assim?
Todas são demais irracionais
Por que sempre imitam suas mães, enfim?
Por que diabos não vão atrás de seus pais?
Por que não tentam ser mais como nós?
O homem é simples, não há confusão
É doce no trato, é sempre um irmão
Você se importa se eu tiver os meus humores?
(Claro que não)
Você se choca se eu saio pra beber?
(Bobagem)
E você chora se eu jamais lhe trago flores?
(Nunca)
Por que não agem igual a você?
(...)
Por que as mulheres são todas iguais?
Não são como os homens, o homem é bom
É bom companheiro, não erra no tom
Sempre disposto a te ajudar numa aflição
Por que diabos elas não?
As mulheres nunca param pra pensar
Nunca raciocinam muito bem
A cabeça delas é pra se pentear
E quanto ao cérebro, será que elas têm?
Por que as mulheres são todas iguais?
Se eu fosse uma delas, seria melhor
Se eu fosse a um baile e fosse a maior
Alguém pensa que eu iria odiar a vida
Como a dona de um cachorro que morreu?
Fugir de casa como foge uma bandida?
Por que as mulheres não são como eu?
Mas que burra eu fui
Uma burra sem perdão
De pensar que você é o sol
Mas que burra eu fui
Uma burra de plantão
Por acreditar no seu farol
Não, venerável professor
Eu não vou depender do seu favor
Pois o sol vai brilhar sem você
Rouxinol vai cantar sem você
Vai chover no capim
Vai nascer um jardim
Vai crescer tudo assim
Sem você
Cantarão mil canções sem você
Subirão as ações sem você
E as tropas também
Vão atrás de algum trem
Todo mundo vai bem
Sem você
Com prazer
Sem você
Ei você, que é tão feliz
Vai encher seu jarro azul
E o jarro rosa
Pois a vida é melhor sem você
A avenida é maior sem você
Sem você tudo é mais
O que é bom dura mais
Sem você
E sem seus dedos, ficam-se os anéis
Sem seus escritos, ficam-se os papéis
Sem seus brinquedos, o brinquedo é meu
Então se todos brincam, bobo, lá vou eu
Lá vou eu ser feliz sem você
Levantar meu nariz sem você
Me arranjar sem você
Me abraçar sem você
Sem vo...
Mas eu saí vencendo
Vencendo, vencendo
Eu disse que faria
E de fato eu fiz
Eu fiz uma pessoa
Pessoa, pessoa
Essa mulher é minha
Pois fui eu que fiz
Diabos! Diabos! Diabos! Diabos!
Me acostumei com o rosto dela
Eu não consigo me livrar
Daqueles olhos sobre mim
Não largam mais de mim
Seus ais, seu tom
A voz, o som
É como um braço que eu perdi
Mas que não para de doer
E eu era tão independente
De repente aconteceu
Ela foi entrando em cada canto que era meu
Como uma doce maldição
Sem ela se tornou amargo meu viver
Posso até prever
Casalzinho Eynsford-Hill
Alugando o seu quartinho num porão
(...)
Posso até prever
O amor correndo a mil
E um cobrador batendo no portão
Pois não se vive só de amores
E eu vou pagar para assistir
Enquanto a tola vende flores
O marido pensa só em dormir
Em um ano ou dois
Ela já envelheceu
E as olheiras lhe tomaram as feições
Em um ano ou dois
Ele já se arrependeu
E fugiu com alguma herdeira de milhões
Pobre Eliza
Quanta tristeza
Quanta desventura
Que beleza
(...)
Mas eu sou um homem muito bom
De grande coração, um cristão
Destes que sabe esquecer e perdoar
Só um homem muito bom
Mas eu jamais perdoarei
Nem que ela implore compaixão
Ela pode ajoelhar
Ela pode espernear
Ela há de congelar no meu portão
- Casar com Freddy! Há!
Mas eu não sei como apagar
A voz a soletrar
Atrás, o trem
E mais, além
É como um gesto que aprendi
Que não cansa de voltar
Ela não passa de uma fêmea
Tão somente uma mulher
Ela é só um hábito
Que eu tenho que perder
Mas o seu rosto sempre aqui
Como uma maldição
Não há como esquecer