Musical: O Despertar da Primavera
Versões: Claudio Botelho
Mama, me explica
Mama, me ensina
Se quem me deu a luz
Deu a escuridão
Mama, um anjo
Mama, um dia
Desceu das nuvens
E entrou em mim
Me diz se eu também
Quando for meu tempo
Terei meu anjo
Que Deus vai mandar
Diz se enquanto eu rezo
Um anjo vai crescendo
Até saltar de dentro
E me abraçar
Mama, me explica
Mama, me ensina
Se quem me deu a luz
Deu a escuridão
Mama, um anjo
Mama, um dia
Desceu das nuvens
E entrou em mim
Mama, me explica
Mama, me ensina
Mama me deu à luz
Deu a escuridão
Mama, me explica
Mama, me ensina
Se quem me deu a luz
Deu a escuridão
Mama, um anjo
Mama, um dia
Desceu das nuvens
E entrou em mim
Me diz se eu também
Quando for meu tempo
Terei meu anjo
Que Deus vai mandar
Diz se enquanto eu rezo
Um anjo vai crescendo
Até saltar de dentro
E me abraçar
Mama, me explica
Mama, me ensina
Se quem me deu a luz
Deu a escuridão
Mama, um anjo
Mama, um dia
Desceu das nuvens
E entrou em mim
Aprender
Tudo que é sagrado
E entender
Que nada tem dois lados
Perguntas
São tantas as perguntas
E todas as respostas são
Que tudo estava errado
Tudo é só
O que já foi escrito
Só é bom
O que já foi bendito
E quem pensa
Já sabe que é suspeito
Pois tudo que interessa
Está na Bíblia sobre o peito
Mas eu sei
Que há muito mais além
Quando eu olho mais pra mim
Do que pro céu
Sim, eu sei
Que lá no fundo tem
Uma luz que ninguém mais viu
Lá vou eu
Errando e aprendendo
O que eu não sei
Não sinto e não entendo
Eu grito
E escuto tantas vozes
Não posso mais olhar pra mim
E ver o que eu não sou
Eu peço, só peço
Não calem
O que eu não sei gritar
Eu peço, só peço
Não calem
Não calem
O que eu não sei gritar
Iram
Multa quoque et bello
Passus, dum conderet
Urbem
Eu sonhei que havia um anjo
Que me ouvia sussurrar
Os meus gritos em silêncio
E tentava me acalmar
Me piscava um olho torto
Como quem quer me ajudar
Sentava no meu ombro
E vinha me ensinar
E tocava meus dedos
E guiava a minha mão
Deslizando em toda parte
Provocando uma explosão
De repente tudo branco
Se espalhava pelo chão
E o meu anjo sorridente
Me abandona e fico então
Nessa merda de vida
(Merda de vida)
Só eu e minha mão
(Minha mão… Yeah!)
Nessa merda de vida
Estreita relação
Toda noite eu lembro dela
Com aquele seu peitão
Sempre ao lado do piano
Corrigindo a minha mão
Professora, quantas notas
Eu preciso martelar
Pra morder os seus melões
E nunca mais soltar
Nessa merda de vida
E tudo só faz mal
(Tudo só faz mal)
Minha mão, minha vida
Somos um casal!
Minha mão comigo
Somos um
No chuveiro do colégio
Tem um cara que eu olhei
Como é sujo e como é lindo
Eu detesto o que eu pensei
Mariana que eu queria
Mas que nunca disse sim
E as bundas fazem fila
São todas só pra mim
Nessa merda de vida
(Nessa merda de vida)
Não há como escapar
(Escapar)
Nessa merda de vida
Só eu pra me esfregar
Nessa merda de vida
(Eu peço, só peço)
Ninguém vai segurar
(Não calem o que eu não...)
Nessa merda de vida
Na hora em que eu saltar
(Sei gritar)
Essa merda de vida, vida, vida
Se alguém ficou pra trás
Nessa merda de vida
É isso e não tem mais
E não tem mais
E quem quer mais
Só vai se foder
Minha vida é sem graça
Meu dia, sem sol
Mas você passa
E acende um farol
Eu quase te amo
Pobre infeliz
Pobre de mim
Que não posso o que eu quis
Será que eu sou tua?
Será que eu sonhei?
A vida passando
E só eu que parei
Eu tento e eu finjo
E não dá pra escapar
Meu vício é você
E não vai passar
E eu vou pra chuva
Atrás de você
Na neve eu achei
Que o calor é você
Meu rumo eu não sei
Nem meu lugar
Meu vício é você
E não vai passar
E você me machuca
Maltrata outra vez
E eu tremo por dentro
E eu gosto é assim
Nós dois no meu quarto
E eu vou te mostrar
Vou te ensinar
Cada parte de mim
(Deitada)
Deitada na grama
(Grama)
Meu sonho é feliz
(Feliz)
Nós dois como um par
(Um par)
Um casal como eu quis
(Como eu quis)
Não como e não bebo
Não sei mais brincar
(Meu vício é você)
Meu vício é você
(Yeah, yeah)
E não vai passar
(Yeah, yeah, yeah)
Em qualquer janela
Eu vejo você
(Vejo você)
De toda aflição
Quem me salva é você
Você me encontrou
(Me encontrou)
Vai me levar
(Mas não vai passar, passar)
Meu vício é você
E não vai passar
(Não vai passar)
Meu tempo parou
Pra te esperar
(Meu vício é você)
Meu vício é você
E não vai passar
Não vai passar
Não, não, não!
Lá vou eu como um barco
Sem um rumo e sem farol
Quantos mares eu verei
E quantas luas rubras
Depois do sol
Lá vou eu como um barco
Sem estrelas, sem farol
Quantos rostos eu verei
Em tantas luas cheias
Depois do sol
Venha me tocar
Onde eu gosto, eu te peço
E eu quero mais, e de novo
E outra vez, eu te imploro
(...)
Lá vou eu como um barco
Eu encontro o meu farol
Quantas noites com você
E nossas luas juntos
Depois do sol
(Lá vou eu)
Lá vou eu como um barco
Que já sabe o seu farol
(Oh não oh não, não)
Nos seus olhos eu achei
As luas que eu sonhava
Depois do sol
Venha (Venha)
Silêncio (Silêncio)
Vem e me fala… Diz pra mim
Nada é pecado, vem!
Desperta em mim
Acorda em mim
O que e só meu
(Lá vou eu, lá vou eu)
E eu te entrego
Venha
Me ensina
Como eu gosto
Como eu quero
E eu quero mais
Eu faço mais
E só nós dois
E o pecado
Venha me tocar
E mais ali
Que é pecado
Venha, e mais além
E bem aqui
Onde eu gosto
Onde eu gosto
Onde eu gosto
Onde eu gosto
Parece um sonho, eu sei
Brotam palavras que eu nem quis
Fisgar alguém com hipóteses
O corpo quer falar
É só ouvir
Quisera não sentir
Os dedos vão desfazendo o nó
Aproximar as antíteses
O peito quer gritar
É só ouvir
Eu serei teu espinho
Tu serás a minha cruz
Eu serei teu sangue
Tu, a minha cicatriz
Parece um sonho, eu sei
Ele aqui nos braços meus
Ela é real entre as dúvidas
Os dois dizendo sim
É só ouvir
Eu serei teu espinho
Tu serás a minha cruz
Eu serei teu sangue
Tu, a minha cicatriz
Lá no fundo de mim
É um escuro sem fim
Na hora em que eu vou dormir
Minha mãe sorri
Será que ela não sabe?
Será que ela não sabe?
Lá vou eu
Se eu pudesse, não
Se eu dissesse não
E então você chega
E então você chega
E me pede um beijo
E boa-noite, amor
E me abraça e me sussurra
Sob o cobertor:
“Somos só nós dois
Nós e um segredo”
Ah, você me ensina
Como é bom, amor
E então você me diz
Sem nenhum pudor:
“Somos só nós dois
Nós e um segredo”
E eu sei que é errado, eu sei
Mas eu não gritei
Eu deitada ali
Deitada ali
Eu quero ser forte
Eu vou pra rua espalhar
Que você me ensinou
Como eu sou linda
Sim, eu sou linda
E me pede um beijo
E boa-noite, amor
E me abraça e me sussurra
Sob o cobertor:
“Somos só nós dois
Nós e um segredo”
Ah, você me ensina
Como é bom, amor
E então você me diz
Sem nenhum pudor:
“Somos só nós dois
Nós e um segredo”
Lá no fundo de mim
É um escuro sem fim
Lá no fundo de mim
É um escuro sem fim
Lá no fundo de mim
É um escuro sem fim
Lá no fundo de mim
É um escuro sem fim
Ah-há… ah-há… ah-há, tá bom
Já que não pode, então tá bom
Eu já perdi, eu já dancei
Já passou da hora e eu fiquei
(...)
É muito pouco o que eu pedi
Eu quero é só sumir daqui
E olha só, não faz assim
Não fala mais
Me empresta e então ok
(...)
Você me olha e não me vê
Você pergunta então por quê
E quanto mais pergunta, eu menos sei
(...)
Ok, o jogo é pra jogar
Eu vou fingir e acreditar
Você me diz, eu já sei
Tudo é só pro bem
(...)
Escreve aos pais
E diz então
Que o filho entrou na contramão
E não tem mais volta
Não tem mais
E diz assim, que ele fugiu
Num navio que explodiu
Ninguém mais ouviu falar
Não mais
Não mais, não mais
(...)
Ah–há… ah-há… ah-há, tá bom
Já que não pode, então tá bom
Eu já perdi, eu já dancei
Mas nada vai mudar
Eu sei que não
Você me olha e não me vê
Você pergunta então por quê
E todas as respostas
E eu não sei
Não tem ninguém pior que eu
Ninguém falhou, ninguém perdeu
Não tem mais portas
Todas eu fechei
(...)
Tá bom agora então já deu
A vida corre mais que eu
O que eu achava que era meu
Eu já não tenho mais
Já não tenho mais
Já não tenho mais
Já não tenho mais
Apague a luz
E tudo se desfaz
Vai sumir seu horror
Sua dor já não dói
E todas as marcas
Que a luz só atrai
Se o dia inventou
A noite destrói
Mas não dá pra fugir
Lá no fundo do breu
O homem que eu sou
É criança e cresceu
Tem alguém sempre ali
O fantasma é meu
Trancado eu estou
E a jaula sou eu
E o medo também
Já vai se espremer
Nas frestas de luz
Ele há de escorrer
E então você fica sozinho
E em paz
Sem medo e sem dor
Todo mundo é capaz
Mas não dá pra fugir
Lá do fundo do breu
É frio e sem cor
A criança cresceu
Só eu enxerguei
Só eu conheci
Ninguém sabe ver
O que em mim só eu vi
Acredito
Acredito
Acredito
Eu acredito
Que não é pecado
Acredito
Acredito
Acredito
Eu acredito
Que não é pecado
Acredito
Acredito
Acredito
Eu acredito
No amor sagrado
Acredito
Acredito
Acredito
Eu acredito
No amor sagrado
Acredito
Acredito
Acredito
Eu acredito
Que não é pecado
Acredito
Acredito
Acredito
Eu acredito
No amor sagrado
Que não é pecado
No amor sagrado
Que não é pecado
(Acredito)
No amor sagrado
(Acredito)
Que não é pecado
(Acredito)
No amor sagrado
(Acredito)
Que não é pecado
(Acredito)
No amor sagrado
(Acredito)
Que não é pecado
(Acredito)
No amor sagrado
(Acredito)
Que não é pecado
Paz e alegria
(Acredito)
(No amor sagrado)
(Acredito)
(Que não é pecado)
Harmonia e glória
(Acredito)
(No amor sagrado)
(Acredito)
(Que não é pecado)
Paz e alegria
Harmonia e glória
Eu acredito!
Começou de um jeito
Doce e feliz
Essa caixinha onde a gente guardou
O que a gente sempre quis
(Alguém decifra um sonho?)
Vem me acordar pra sofrer outra vez
(Alguém decifra a gente?)
A gente insiste no sonho
E agora o corpo é o culpado, sim
Porque não deixa esquecer
E depois, só nós dois
Dois que agora estão no chão
Murmuram por um quase perdão
Coração dispara
Sem compreender
Toda janela reflete o seu olhar
E tudo agora é você
(Alguém decifra um sonho?)
Vem me acordar pra morrer outra vez
(Alguém decifra a gente?)
A gente é feito de sonho
E agora o corpo é o culpado, sim
Porque não deixa escapar
Não passou, não sumiu
E ainda as mãos sobre as mãos
Imploram por um quase perdão
E agora o corpo é o culpado, sim
Porque não deixa esquecer
E depois, só nós dois
Dois que agora estão no chão
Murmuram por um quase perdão
E agora o corpo é o culpado, sim
Eu serei igual a borboleta azul
Tão leve contra o vento
E sem um norte ou sul
Nada dentro, nada forte e nada mau
A vida é feita só de luz
E nada vai mudar
Ou talvez eu serei o vento de um verão
Que passa sobre as coisas sem qualquer razão
Sem nenhum desgosto, sem desastres, sem direção
Eu sopro sem pedir perdão
Lá vou eu
Não tem tristeza
Pra mim não existe mais
Já nem sei onde é que dói
Já não me machuca mais
Não tem tristeza
Já passou pra mim
Já provei e abusei
Eu me lambuzei
Não tem tristeza
Eu gastei
Da tristeza eu passei
Primavera, quanto tempo faz?
Tanto tempo atrás
Tantas as manhãs, sim
Quando o sol brilhou
Sobre os livros soltos no chão
Primavera
Mas nos outonos
Um vento triste
Nunca desiste
Do nosso rosto
Nos invade com seus dedos
Frios assim, sem perdão
Primavera, quanto tempo faz?
Tanto tempo em nós
Tantas as manhãs, sim
Quando o sol brilhou
Entre as nuvens gordas no céu
Primavera
Ou talvez eu serei as cordas de um varal
Roupas sobre mim e eu ali no sol
Toda tarde eu ali
Não importa o que eu sei
Não sei
E quando a noite vem
É só a lua e eu
(Lá vou eu)
Primavera
(Não tem tristeza)
Quanto tempo faz?
(Pra mim, não existe mais)
Tanto tempo atrás
(Já nem sei onde é que dói)
Tantas as manhãs, sim
Quando o sol brilhou
(Já não me machuca mais)
Primavera
(Não tem tristeza)
Quanto tempo faz?
(Já passou pra mim)
Tanto tempo em nós
(Já provei e abusei)
Tantas as manhãs, sim
(Eu me lambuzei)
Quando o sol brilhou
(Não tem tristeza)
Sobre as folhas secas no chão
(Eu gastei, da tristeza)
Primavera
(Eu passei)
Você agora enquanto pai
Ajeita aquela flor
Um afago talvez
No rosto sem cor
Agora que ele já fechou
Os olhos pra você
Que você notou
E parou pra ver
Mas já passou e já passou
Como a sombra que sumiu
Atrás do muro
Tudo o que ele quis
Ficou pra trás
Tudo que a mãe sonhou
Não sonha mais
E o que o pai não fez
Porque só guardou
As frases sem falar
A festa que você não fez
Já não há mais planos
Não pra vocês
Com todas as pistas
Você não descobriu
Era sangue seu
E você não sentiu
Mas já passou e já passou
Como a sombra que sumiu
Atrás do muro
Tudo o que ele quis
Ficou pra trás
Tudo que a mãe cerziu
Não serve mais
O que o pai não fez
Não conta mais
Tudo o que era seu
Ficou pra trás
Todos os fantasmas
Que ele foi atrás
E jamais venceu
Não vence mais
Mas já passou e já passou
Como a sombra que sumiu
Atrás do muro
E agora já ficou
Ficou pra trás
Ele já ficou
Ficou pra trás
Ele já ficou
Ficou pra trás
Não dá mais pra negar: fodeu!
Mais um passo e já apodreceu
Fim da linha já, você dançou
Apagou a luz, é o fim do show
E o que faz você se arrepiar
É que essa merda ainda vai cheirar
E você pergunta: “hey, que é que eu fiz”?
Você é um cão que os caras gostam de chutar
Se fodeu e não tem mais fim
Não tem mais jeito, já perdeu
Vai errar se falar demais
Vai falar, ahã, fodeu!
Se fodeu rapaz e não tem perdão
E não tem mais porta pra fugir
Já se fodeu e eles vão tentar
Te esfolar e te cuspir
Blá blá blá blá blá blá blá
Blá blá blá blá blá blá blá
Você quer sumir e não voltar
Você quer mentir e você vai jurar
E eles vão pegar e vão torcer
Se você negar, eles vão saber
Se fodeu rapaz e não tem perdão
E não tem mais porta pra fugir
Já se fodeu e eles vão tentar
Te esfolar e te cuspir
Se fodeu rapaz e não tem perdão
E não tem mais porta pra fugir
Já se fodeu e eles vão tentar
Te esfolar e te cuspir
Blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá
Blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá
Blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá
Blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá
Vai se foder!
O mel está em mim
Eu sou o néctar no jardim
Vem descobrir entre os lábios meus
Seu corpo quer provar
É só sentir
Eu serei teu espinho
Tu serás a minha cruz
Eu serei teu sangue
Tu, a minha cicatriz
(...)
Eu serei teu espinho
Tu serás a minha cruz
Eu serei teu sangue
Tu, a minha cicatriz
Tu serás meu espinho
Eu serei a tua cruz
Eu serei teu sangue
Tu, a minha cicatriz
Murmurar
A canção sob a lua
São fantasmas a cantar
Como dói seu horror
Escutar
Quem vem lá?
São as almas
E os seus braços
São tão frios
Tudo é cinza
Não há luz
Eis o pai curvado em dor
A mãe engole o pranto
Olhos turvos
E os vizinhos curvos
Tentando ouvir nos cantos
Eis então
O que fez a mocinha
Estragou todos os planos
Foi assim
Foi o fim
Foi então
Que quebrou o que tinha
Lua cheia sobre os campos
Avisando que era o fim
Tive um grande amor pra mim
Colado sobre a pele
E lá dentro
Eu guardei lá dentro
Um gosto eterno dele
Vem ouvir
Coração já batendo
Outra vida vem soprando
Murmurando, vem
Entre nós
Eis aqui seus velhos conhecidos
Com você, eternamente unidos
Sem eles, o mundo é todo errado
Então você acorda e vê
Que estão bem do seu lado
Por você, alguém saiu ferido
Esse alguém murmura em seu ouvido
Que perdoa e mesmo sendo escuro
Aquilo que você manchou resiste ainda puro
E você, que tudo já perdeu
(Quando o vento é frio)
Caminha agora só e sem ninguém
(E o peito vazio)
Mas você agora compreendeu
(Tem alguém bem perto te vendo)
Que bem dentro eles vem juntos
(Ainda)
Eis aqui seus velhos conhecidos
Com você, colados e cerzidos
São eles em todas as esquinas
E então caminham com você
E as sombras vão se abrindo
Eis aqui o que ficou sozinho
A ouvir as vozes no caminho
E um sopro da velha primavera
Avisa que o verão já vem
E os ventos vão mudar
Me chamam e falam
(Quando o vento é frio)
É noite, mas eu devo seguir
(E o peito vazio)
(Acredito)
Eu peço , só peço
(E você não está mais só)
Não calem, não parem
(Ainda)
E comigo eles vem, pela noite vem
Ao meu lado e não vão escapar
É com eles que eu vou pra qualquer lugar
E por eles eu vou mais além
Comigo eles vão
(Aqui)
São parte de mim
(Aqui)
Ainda estão aqui
(Aqui)
Aqui, aqui
Bem dentro de mim
E nunca vão sair
(Aqui)
E nunca vão sair
(Aqui)
E nunca vão sair
(Aqui)
Eu peço, só peço
Não calem, não parem
Um dia eu vou gritar
No coração da criança cresceu
Uma canção em tom maior
Que todos hão de ouvir também
E vão saber de cor
Que a dor se foi e a treva passou
Foram partes de um mundo infeliz
Como peças que um velho teatro encenou
E agora o tempo nos diz
Que vai brilhar um novo sol
E um verão vermelho
Vai tomar nosso quintal
A nova luz já vai chegar
E os olhos das crianças
Vão se abrir e acreditar
E vão viver por nós
E vão soltar os nós
E vão cantar
Em todas as manhãs, vão rezar
Por um eterno e novo verão vermelho
O que era dor
Ficou lá atrás
Na nossa primavera
Que já não volta mais
Janelas vão
(Janelas vão)
Se escancarar
(Se escancarar)
E vai entrar a chuva
E as crianças vão dançar
E vão viver por nós
E vão soltar os nós
E vão cantar
Em todas as manhãs, vão rezar
Por um eterno e novo
Vão pedir por um verão vermelho
Um eterno e novo
Vão pedir por um verão vermelho
Um eterno e novo
Verão Vermelho