Musical: Aparecida, Um Musical por Walcyr Carrasco
Letras Originais: Ricardo Severo
Músicas: Carlos Bauzys
E vem, e vem
São muitos que vem
E vem, e vem
Vem todos também
Vem o homem virador
A moça do interior
O peregrino em prontidão
E os tropeiros do sertão
Senhora em procissão
Com o rosário em sua mão
E o casal que esperançou
Quanto esse povo caminhou
Tanta gente de bem
E que vem
Vem de carro, de trem
Chegadas e partidas
Da cidade também
Vem pra Aparecida
Vou andar
E em cada passo
Eu vou me encontrar
Pois tudo é uma questão de fé
Por essa estrada, longe do meu lar
É lá que vou chegar
E vem, e vem
São muitos que vem
Vem a pé, de condução
O viajante em devoção
O pagador que prometeu
Gente como você e eu
Vem sozinhos ou não
Com calma ou na corrida
Vem de outra nação
Vem pra Aparecida
Aparecida
Você mais cedo em casa sem avisar
Eu vejo a calma rasa transbordar
É o que dá sua rotina tão cruel
Tão ferina que nem quero pensar
Você me fala tudo sem cansar
E aí me deixa mudo ao se calar
Você me dá vertigem
Sei que todos corrigem
Seu jeito de me olhar
Seu jeito no seu trabalho é bom rever
Não vai ser um atalho pra vencer
Eu vejo um retrocesso, suas leis
Seus processos, cuide mais de você
É mais que um sacrifício, é por nós
Suplício, dores, tudo é por nós
A grana é o progresso
Meu amor, o sucesso jamais foi tão veloz
Será pecado querermos sempre mais?
As nossas vidas já são tão desiguais
Será destino ou será que é demais?
Tenho que ganhar e prosperar
Nunca é o bastante, mas vou te apoiar
Será destino ou será que é demais?
Certamente haverá quando isso acabar
Algum ótimo lugar pra nós dois
Eu não sei onde é lá
Mas no dia em que isso chegar
Nós dois vamos descansar depois
(...)
Eu fico preocupada ao te ver
Você não fala nada pra esconder
Será que vale à pena coisa assim
Tão pequena, vai fazer nos perder
Pois tudo o que eu faço é por nós
Isso é só cansaço, mas por nós
Eu sigo no escritório
Faço mil relatórios
Eu sei o que é ter voz
Será pecado querermos sempre mais?
As nossas vidas já são tão desiguais
Será destino ou será que é demais?
tenho que ganhar e prosperar
Nunca é o bastante, mas vou te apoiar
Será destino ou será que é demais?
Certamente haverá quando isso acabar
Algum ótimo lugar pra nós dois
Eu não sei onde é lá
Mas no dia em que isso chegar
Nós dois vamos descansar depois
(...)
Você não pode ir embora assim
Eu cuido de você, cuida de mim
Te faço uma promessa
A história que agora começa
Não é o nosso fim!
Os três pescadores no meio do rio
Suas redes armavam, assim era o feitio
Com muitos temores, humildes, o trio
Sua pesca tentavam no rio de leito vazio
Vazio
Em nossa aldeia vai logo chegar
O governador, nosso Conde de Assumar
Com cestas bem cheias, nós vamos voltar
Para o tal ilustre senhor se banquetear
Mesmo seguindo em frente em nossa missão
Só tem águas escassas, peixes não virão
Tudo é ausente, que triste razão
Não há mais o que faça pensarmos que
Os três pescadores no meio do rio
Suas redes lançavam, assim em um desvario
Já sentia dores, cansados, o trio
Sua pesca buscavam no rio como um desafio
Desafio
Uma onda se fez nesse afluente
Tem algo no ar, não sentem vocês?
Sinto que essa vez pesou diferente
Temos que puxar com mais rapidez
Só consigo ver o lodo e a lama
As cordas raspando, o barco a mexer
Eu pareço ter não mais que um grama
Fico imaginando o que vai trazer
É tão pequena, tão escura
Essa escultura
Feito criança
Corpo de santa
De pele morena
Cabeça quebrada
Foi descartada
Misteriosa e plena
Mas tão serena
Mas tão serena
Os três pescadores no meio do rio
Suas redes jogavam, assim em um rodopio
Tal qual caçadores, aflitos, o trio
Sua presa cercavam no rio, num ato bravio
Bravio
Sinto algo a mais, um leve perfume
Céu enluarado em nossos bornais
Muito além do cais, um pequeno lume
Vento está parado, são tantos sinais
Puxem de viés a malha trançada
Do leito profundo, sobe ao convés
E aos nossos pés, a imagem velada
Toca lá no fundo até nossas fés
É tão pequena, tão escura
Essa escultura
Nos chega agora sua cabeça
De pele morena
Santinha quebrada
Foi descartada
Misteriosa e plena
Mas tão serena
Mas tão serena
Os três pescadores no meio do rio
Suas redes puxavam, mas já com fome e frio
Tão conhecedores, insistem, o trio
Pois agora estavam assim todos por um fio
Por um fio
E muda a corrente, mas sem perceber
Vai amanhecendo e eu começo a ver
Então, de repente, eu sem entender
Vejo as redes enchendo, estão já quase a romper
A festa agora tinha peixes de montão
Os cardumes são tantos, em profusão
E eu olho a santinha, sem explicação
Cheios de espanto e contemplação
Os três pescadores no meio do rio
Pra suas casas voltavam e bem felizes o trio
Cumpriram os deveres com honra e brio
São os três pescadores, heróis do meio do rio
E das águas veio uma imagem partida
E do barro veio a face escura
E das margens veio essa enérgica vida
E das redes veio essa imensa fartura
E das águas veio uma nova esperança
Surgida no meio deste povo cativo
Surgida no seio de terra tão mansa
Ninguém fica alheio a um mistério tão vivo
É tão pequena, é tão escura
Essa escultura
Feito criança, é nossa santa
De pele morena
Santinha amada
Foi resgatada
Misteriosa e plena
Mas tão serena
Mas tão serena
Na história se alternam
Claridade e escuridão
Um dia trevas nos governam
Noutro luzes acenderão
Se nós somos como a vela
Que se queima até apagar
Quanto mais forte é ela
Mais calor vai espalhar
Vem a chama da vida purificar
Vem nos dar acolhida, alumiar
Que esse brilho toque fundo
Não nos deixe nunca a sós
E que toda a luz do mundo
Seja cada um de nós
Quando toda a luz se apaga
Vem a chance de se olhar
Ver além das próprias chagas
Para então se iluminar
Toda vela que se acende
Uma hora vai queimar
Quando isso se entende
Tudo mais vai clarear
Vem a chama da vida purificar
Vem nos dar acolhida, alumiar
Que esse brilho toque fundo
Não nos deixe nunca a sós
E que toda a luz do mundo
Seja cada um de nós
Hoje há quem queira a liberdade
Para fazer o que quiser
Pois eu lhes digo, essa é a verdade
Não há nem homem, nem mulher
Que já não seja um prisioneiro
Podem tirar as conclusões
Eu sou apenas mais verdadeiro
Porque aceito meus grilhões
Eu estou preso só porque quero
A cada um cabe um papel
Mas, pelo menos, eu sou sincero
E não é fácil ser cruel
A minha ordem é tão custosa
Eu vou lutar para manter
A liberdade é perigosa
Essa ideia vai morrer
Quando as correntes
Precisarem se romper
Continuo em frente
Meu orgulho vou perder
Fujo do meu sofrimento
Medos e preocupações
E neste momento
Vou romper esses grilhões
Yèyé yé olóomi ó
Yèyé yé olóomi ó
Yèyé yé olóomi ó
Yèyé yé olóomi ó
Yèyé yé olóomi ó
Yèyé yé
Ayába balè osum
Ayába balè osum
Ayába balè osum
Ayába balè osum
Ìyá dò sìn máa gbè ìyá wa oro
Ìyá dò sìn máa gbè ìyá wa oro
Ìyá dò sìn máa gbè ìyá wa oro
Ìyá dò sìn máa gbè ìyá wa oro
Com o corpo doído
Minha alma quer buscar
O real sentido
Do que é se libertar
Se eu venho aqui sozinho
Uma força me conduz
Por favor, me mostre o caminho até a luz
Sou um homem, sou um escravo
Eu não sou dono nem de mim
Mas já fui forte, já fui bravo
E hoje sou sombra ruim
Tá errado quem me encerra
Essa barbárie acabou
Também sou filho dessa terra
Eu quero ser, sim, quem eu sou
Peço, minha senhora
Tua cura e teus conselhos
Mande a dor embora
Te rogo de joelhos
Quero dignidade
E que me dê a liberdade
Esta é a vez da liberdade
Do cárcere acabar
Seja feita a sua vontade
Como irei negar?
Porque às vezes me pego preso
Às ideias de alguém
Como refém
Como refém
Tive dúvidas, confesso
Pois é mais fácil se calar
Esta benção que eu lhe peço
É para sempre questionar
Todo erro que eu flagre
Me ajude a corrigir
Pois esse milagre
É a liberdade pra seguir
Livre pra seguir
Ando contra o vento
Pelo meu sustento
Vou do Sul ao Norte
Sou cavaleiro forte
Faço o que é preciso
Sempre com juízo
Homem que não cansa
Sempre em muitas andanças
Minha vida é a estrada
Tenho tudo e tenho nada
Sou tropeiro e acredito
Só em mim e no que eu dito
Fui em mil lugares
Terras e outros ares
Ouvi mil relatos
Pecadores ou beatos
Com meu bacamarte
Andei por toda parte
Eu não cruzo os braços
Quando eu vejo um descompasso
Minha vida é a estrada
Tenho tudo e tenho nada
Sou tropeiro e acredito
Só em mim e no que eu dito
Sempre vou a fundo
No que vejo neste mundo
Mas, às vezes, de fato
Sinto que estou errado
Agora acredito no que não está escrito
Muito além do barro
É na fé que eu me agarro
É na fé que eu me agarro
É na fé que eu me agarro
É na fé que eu me agarro
É na fé que eu me agarro...
Ave Maria
Gratia plena
Dominus tecum
Benedicta tu
In mulieribus et benedictus
Fructus ventris tuae, Jesus
Sancta Maria
Sancta Maria
Maria
Ora pro nobis
Nobis peccatoribus
Nunc et in hora
In hora mortis nostrae
Amen
Amen
Venho oferecer o manto
Da cor azul do céu
Pois vós protegeis todos os cantos
Deste mundaréu
Venho dar a coroa
De ouro para lembrar
Vosso amor a todos abençoa
Em todo lugar
Ah, minha Senhora
Venho aqui vos entregar
Um manto brilhante
Para vos poderdes reinar
Pois sois o refúgio
De quem ora sob o vosso altar
Ah, minha Senhora
Nos dai a proteção
Carinho é o critério de vossa atenção
Envolta no mistério da celebração
Venho oferecer o manto
Da cor azul do céu
Pois vós protegeis todos os cantos
Deste mundaréu
Venho dar a coroa
De ouro para lembrar
Vosso amor a todos abençoa
Em todo lugar
Ah, minha Senhora
Venho aqui pra vos trazer
Uma linda coroa
Pra vossa glória ascender
Porque a vitória
Da esperança vai acontecer
Ah, minha senhora
É forte vossa lição
Em toda vossa vida enfrentastes provação
Vosso caminho levou à coroação
Venho oferecer o manto
Da cor azul do céu
Pois vós protegeis todos os cantos
Deste mundaréu
Venho dar a coroa
De ouro para lembrar
Vosso amor a todos abençoa
Em todo lugar
Não é preciso som pra me ouvir
Nem estar com você pra me tocar
É só você querer pra me sentir
Pra além da visão, me enxergar
E as pegadas que você pisar
Serão as minhas a te guiar
A cada gesto, pegue a minha mão
Serei seus olhos na escuridão
Dê ao menos uma chance para nós
Eu canto mesmo se ficar sem voz
Eu movo céus e terra por você
Pois ainda cego, vai ser o meu rei
Serei sua rainha, sim, eu sei
Aqui neste castelo, só nós dois
Não há riqueza que não possa ter
Ao lado de quem quer seu bem-querer
Não fique louco de tanta ambição
Já tem meus olhos, meu coração
Dê ao menos uma chance para nós
Eu canto mesmo se ficar sem voz
Eu movo céus e terra por você
Pois ainda cego, vai ser o meu rei
Serei sua rainha, sim, eu sei
Aqui neste castelo, só nós dois
Nós dois
Escuridão! Não é normal!
É um trovão! Um temporal!
Como se o céu se repartisse
Como se a noite fosse o dia
Como se o vento nos rasgasse
E cantasse triste melodia
Como se o medo implorasse
Numa tempestade que arrepia
Como se a luz se ocultasse
Mas por que ela se esconderia?
Outro clarão! É um sinal!
Muita atenção! Presságio mau!
Como se o tempo então parasse
O espaço aí se romperia
Como se num delirante impasse
Resolvesse eu à revelia
É possessão! Um anjo mau!
Ele é o cão! Ele é brutal!
Como se o mal reencarnasse
Que presságio então isso seria?
Como se a tristeza aqui viesse
Para um coração em agonia
Não tem perdão! Não tem moral!
A proteção... Quebrou afinal!
Como se mais nada reparasse
Só o desespero ficaria
Como se tudo despedaçasse
Como fosse o amor, melancolia
Como se mais nada nos restasse
Só os cacos numa laje fria
Aparecida
Para a profanação, a penitência
Para o egoísmo, conciliação
Para a desunião, a convivência
Para o desagravo, restauração
Para a injustiça, a igualdade
Para a estupidez, imaginação
Para o desrespeito, a humildade
Para a insensatez, a compreensão
Para a crueldade, a consciência
Para a arrogância, orientação
Para a insanidade, a paciência
Para a indiferença, inspiração
Renovando a fé, uma esperança
É esse o poder transformador
A nossa devoção é uma aliança
Para o desagravo, somente o amor
Tudo está fora do seu lugar
Está agora e não está mais
Não está onde devia estar
Tudo responde a algo mais
Tudo está fora do seu lugar
Está agora e não está mais
Não está onde devia estar
Tudo responde a algo mais
Por que fiz o que fiz, eu não sei
Olhei para cima e pensei:
“Quanto ouro, quanta jóia, que ostentação”
Tudo aquilo a esperar por mim
Num instante tão perfeito assim
É só eu saltar pra tudo eu ganhar então
Um troféu pra minha satisfação
(...)
Por que fiz o que fiz, eu não sei
Olhei para cima e chorei:
“Heresia, sacrilégio, que se diz cristão”
Já dizia a sagrada lei
Nada de imagens, concordei
Eu não posso aceitar jamais que tal adoração
Dilacere a melhor tradição
(...)
Por que fiz o que fiz, eu senti
Olhei para cima e ouvi:
“Não permita que prossiga essa devoção”
Eu não pude desobedecer
E fiz o que tive de fazer
Como se um anjo me pegasse pela mão
Não me peçam outra explicação
Não me peçam outra explicação
Não me peçam outra explicação
Uma nova vida vai acontecer
Vamos ser felizes, você vai aprender
E vai ter outros poderes
E vai ter outras carícias
Você vai lembrar de tudo o que eu fiz
O que importam os prazeres?
Não importam más noticias
O que importa agora é ser feliz
É um novo amanhecer sem o sol
É de novo um despertar sem a luz
É como se apagassem um farol
E termos que fingir não ser uma cruz
Uma nova vida vai acontecer
É insuportável, é como morrer
Quem sou eu sem meus poderes?
Quem sou eu sem tuas caricias?
Vou então me apagar até a raiz
Só me faltam os prazeres
Só me faltam boas noticias
Só me falta agora é como ser feliz
É um novo amanhecer sem o sol
É de novo um despertar sem a luz
É como se apagassem um farol
E termos que fingir não ser uma cruz
Uma nova vida vai acontecer
(Uma nova vida vai acontecer)
Vamos ser felizes, você vai aprender
(É insuportável, é como morrer)
E vai ter outros poderes
(Quem sou eu sem meus poderes?)
E vai ter outras carícias
(Quem sou eu sem tuas carícias?)
Você vai lembrar de tudo o que eu fiz
(Vou então me apagar até a raiz)
O que importam os prazeres?
(Só me faltam os prazeres)
Não importam as más noticias
(Só me faltam boas noticias)
O que importa agora é ser feliz
(Só me falta agora é como... )
Ser feliz
E são muitos os pedaços
Nesse passo a passo
Pra restauração
E são tantos fragmentos
Mas nesse momento
É uma missão
Cada parte que separo
São detalhes caros
Para organizar
O que quer que aconteça
É um quebra-cabeça
Que eu não posso errar
Vou colando os elementos
Num processo lento
Para a fixação
Junto as mãos e junto a base
Como se fossem fases
De uma operação
O rosto tão delicado
Com muito cuidado
Pra reconstruir
Só então eu finalizo
Perfeito e preciso
Eu vou concluir
Tudo está agora em seu lugar
Estava fora e não está mais
Tudo está aonde devia estar
Tudo responde a algo mais
E são muitos comentários
Falsos noticiários
Desinformação
E são tantas as vaidades
Só meias verdades
Tanta omissão
Quando tudo se acerta
Ficam em alerta
Querendo um quinhão
Cuidar de algo assim tão caro
Foi o meu amparo
E aceitação
O meu contato com o sagrado
Tinha começado
A restauração
Ou seria simplesmente
Que a fé transcende
A explicação
Eu passei por mudanças
E deixei lembranças
Muito do que sou
Pouco a pouco, dia a dia
Mudou o que eu sabia
E me restaurou
Tudo está agora em seu lugar
Estava fora e não está mais
Tudo está aonde devia estar
Tudo responde a algo mais
Foi um dia simples como outros tantos
Foi um dia quase que igual (entendeu?)
Pra você, não muda nada, por enquanto
Pra nós, é difícil ser normal
Meu marido tava sem emprego
Sem dinheiro pra nos ajudar (nadinha)
E chegou em casa bem mais cedo
Esgotado só de procurar (coitado)
Meu filho mais velho que tá tão crescido
Já não tinha roupa pra usar (nem meia)
E o outro filho moço abatido
Sem nenhum doutor pra consultar
Só que nem faxina aparecia (difícil)
Ai, menino, que situação
Então eu rezava todo dia
E pedia uma solução
Se um dia alguém te contar
Uma história que desconfiar
Vai entender
Que esses pequenos momentos
Não são fáceis de acontecer
Se um dia assim perceber
Um milagre, isso é poder
Vai entender
Que são só acontecimentos
Pra valer à pena viver
Então eu rezava todo dia
E pedia uma solução
De um jeitinho que só eu podia
Pra santinha do meu coração
Meu marido conseguiu a vaga (oh!)
Que buscou há muito tempo atrás
Conseguiu carteira assinada
Pra fazer bem o que ele faz
E as roupas do meu filho tão crescido
Foi presente de um primo maior
E outro filho, moço enfraquecido
De repente aí ficou melhor (milagre!)
Hoje eu tenho muito mais faxina
Foi assim que eu vim parar aqui (não foi?)
Essas coisas que ninguém ensina
Hoje tenho tudo o que pedi
Se um dia alguém te contar
Uma história que desconfiar
Vai entender
Que esses pequenos momentos
Não são fáceis de acontecer
Se um dia assim perceber
Um milagre, isso é poder
Vai entender
Que são só acontecimentos
Pra valer à pena viver
Fui atrás
De uma vida tão fugaz
Fui capaz
De entender o que me apraz
De surpreender e ser mordaz
E ver que não estava em paz
Não importava, aliás
Quando me volto para trás
Nem reconheço, tanto faz
Sou filme fora de cartaz
Então eu peço a plena voz
Eu ofereço tudo a vós
Por uma chance para nós
E eu conseguir ficar em paz
Vou rezar
Ah, minha Senhora, quero acreditar
Pois tudo é uma questão de fé
Aqui, nesta hora e neste lugar
Eu vou me entregar
E o escuro então se desfaz
Caem os muros
E vejo o futuro, te juro
A luz que isso me traz
Abre a cortina
Espalha a neblina
E então ilumina o meu bem
Luz que vem
E nos ensina a olhar
Para quem
Dá tanto amor sem pensar
Abre a cortina
Espalha a neblina
E então ilumina o meu bem
Luz que vem
(Abre a cortina)
E nos ensina a olhar
(Espalha a neblina)
Para quem...
(E então ilumina o meu bem que...)
Dá tanto amor sem pensar
Tudo é só uma questão de fé
A guiar esse mistério no ar
Quero crer que é uma benção viver
Pois seria um milagre por dia
Tudo é só uma questão de fé
A guiar esse mistério no ar
Quero crer que é uma benção viver
Pois seria um milagre por dia
(Luz que vem)
Tudo é só uma questão de fé
(Para o meu bem)
A guiar esse mistério no ar
(Amém)
Quero crer que é uma benção viver
(Nossa Senhora)
Pois seria um milagre por dia
(Amém)
Amém, amém
(Nossa Senhora)
Amém, amém
Amém, amém
Amém, amém
Aparecida