Musical: Cargas D'água - Um Musical de Bolso
Letras Originais: Vitor Rocha
Músicas: Ana Paula Villar e Vitor Rocha
Eu peço um bêjo e um pão de quêjo
Pra módi nóis a história começá
Peço humirdade… fica à vontade
Só que desliga a merda do celular
(...)
Essa cantiga é muito antiga
Parece inté dá fadiga
Mas é fácil acompanhá o violão
Difícil é vencê cansaço
E nunca saí do compasso
E sustentá as batida do coração
Eu peço carma e um pouco de arma
Pra contar tudo que aconteceu
É musicar, é autorar
Se ocê não gosta… pode ir com Deus!
(...)
Eu tive um sonho tão tristonho
Tão bisonho, tão medonho
Agora nunca mais me ponho a sonhá
Uma mania eu fui pegâno
Eu acabei me acostumâno
Eu mal bocejo e já quero me beliscá
História bem comum, de quarqué um
Nóis nem promete que vai emocioná
Independente, feita pela gente
Pra confundí e não pra expricá
(...)
Pois tudo turva, tudo entorta
E que nem naváia corta
Nosso peito em dois pedaço feito pão
Mas peito é mais delicado
É um cadinho compricado
E não se junta com mantêga ou requeijão
(...)
Essa cantiga / eu tive um sonho / pois tudo turva
É muito antiga/ tão tristonho / tudo entorta
Parece inté dá fadiga / tão bisonho / e que nem naváia corta
Mas é fácil / tão medonho
Acompanhá o violão / agora nunca mais me ponho a sonhá / nosso peito em dois pedaço feito pão
Difícil é vencê cansaço / uma mania eu fui pegâno / mas peito é mais delicado
Nunca saí do compasso / acabei me acostumâno / é um cadinho complicado
E sustentá as batida do coração / eu mal bocejo e já quero me beliscá / e não se junta com mantêga ou requeijão
Essa cantiga é muito antiga
Parece inté dá fadiga
Mas é fácil acompanhá o violão
Difícil é vencê cansaço
Nunca saí do compasso
E sustentá as batida do coração
O vento é que nem a vida
E a gente planta sofrida
Se inventa de ventá forte
Parece que vai nos dobrá
No entanto se o verão estrala
E o sol nos racha a cara
Daí vento é artigo de sorte
Pois serve pra refrescar
(...)
Mió do que com o vento
Vou compará a vida com água
Ocê deixa escorrê o tempo
Pra tentá diluí as mágoa
Vou te levá pra conhecer o mar
Dá uns merguio profundo
Quem sabe nessa eu acabo a encontrá
O meu lugar nesse mundo
Respiro fundo
Respiro fundo e lá vou eu
Conto até três e
Respiro fundo e lá vou eu
Pega essa sua mania de rodá
Pra módi nóis rodá junto
Com ocê do meu lado eu não vou fraquejá
O medo já é defunto
Respiro fundo
Respiro fundo e lá vou eu
Conto até três e
Respiro fundo e lá vou eu
Nóis é feito que nem barde
(Não olhe pra trás, o que ficou já não é mais)
E o jeito é sardade cargar
(Guarda as lembrança)
Pois rega se cai
(Respira fundo e vai)
(...)
Respiro fundo
Respiro fundo
Respiro e lá vou eu!
Lágrima, lágrima de emoção
Lágrima ainda fresca, o iá iá
Lágrima na promoção
Eu vendo lágrima
Lágrima de quem tem dó
Lágrima especiar de natar
Lágrima de um zóio só
Lágrima eu vendo e não falo potoca
Lágrima que vem pra se temperá
Já que a gente é feito pipoca
Lágrima, lágrima de lembrança
Lágrima de sardade, o iá iá
Lágrima de esperança
Eu vendo lágrima
Lágrima de quem é só
Lágrima que diz até ser feliz
Lágrima que nem toró
Lágrima, eu vendo e num importa a hora
Lágrima que vem pra nos ensiná
A se lavá por dentro e por fora
Essa hora ia chegá, eu sabia
Ocê ia querê bem mais que a mim
Mas antes do fim devo lhe alertá
Que o mundo é frio e cruel… vai lhe rasgá!
Pessoas são estranhas, dizem querê teu bem
Te julgam, te humilham, mas na igreja "amém"
E dizem: 'te amo, não vivo sem ti!
Mas passam-se os anos: 'ocê por aqui?'
E se ocê inová, vão te crucificá
Pois sê diferente é um crime
É triste, eu sei, alguém se preocupá
Não com o jogo, mas com o time
O mundo é um pouco mió do que a morte
Pois lá ainda da pra morrê
Mas se ocê não acredita e acha que tá com sorte
Bem, o que é que eu posso fazê?
Pessoas são coisa, coração são troféu
Cabeça, degrau, idéia, chapéu
O tempo é dinhêro, famía? Bobáge!
Papéis valem ouro e contatos, vantagem!
Mas mesmo assim, eu vou lhe alertá
Que o mundo é frio e cruel… vai lhe rasgá!
(...)
E antes do fim, devo lhe alertá
Que o mundo é frio e cruel… vai lhe rasgá!
É mais fácil travar guerra, briga e luta
Do que encontrar bom companheiro de labuta
Por isso sempre há de ter muito cuidado
Com a pessoa que escolhe pôr do lado
Nesse mundo a gente tem mais de um bilhão
Tem rainha, tem soldado e tem ladrão
Mas cê é exatamente o que eu queria
Meio exquisito, mas é boa companhia
Quando cê encontra alguém
Que lá no fundo tem
Um pedacinho do que ocê é
Cê não deixa escapar
Se tiver que amarrar
Amarra que é pro seu bem
Um bom amigo serve para toda hora
Um companheiro lá pra lhe ajudar
Se você diz: 'eu matei alguém, e agora?'
Ele responde: 'eu tô indo pra enterrar!'
Quando cê encontra alguém
Que lá no fundo tem
Um pedacinho do que ocê é
Cê não deixa escapar
Se tiver que amarrar
Amarra que é pro seu bem
É mais fácil travar guerra, briga e luta
Do que encontrar bom companheiro de labuta
Por isso sempre há de ter muito cuidado
Com a pessoa que escolhe pôr do lado
Nesse mundo gente tem mais de um bilhão
Tem cabra-macho, arretado e vacilão
Mas cê é exatamente o que eu queria
Seja bem vindo à nossa companhia!
Junto!
Eu, você
Você e eu
Ela, eu e você
Ela, você e eu e ela
Nunca larga do meu pé
Assim eu não perco a fé
E te arrasto pra mais longe
Eu vou chorá
Até secá as lágrimas no sol
E vou andá
Até vazá a dor que nem suor
Antes se oiasse lá na frente
No arto do céu, o sol eu via
Agora eu trago tanta água nos zóio
Que se eu fechasse, ai ai ai
Ai, chovia
Eu vou andá
Inté encontrá amigo mió
Não vou achá
Então vagá, inté o fim vou só
Antes se oiasse lá na frente
No arto do céu, o sol eu via
Agora eu trago tanta água nos zóio
Que se eu fechasse, ai ai ai
Ai ai ai
Ai, chovia
O mar nunca sai do lugar
Segura na mão a infância
Carrega o teu violão
Não importa qual é a distância
Cada passo aumenta a fé
Vai sem pressa de ser o que já é
Enfeita a vida com fita
Vai de frente, nunca de ré
Faz de qualquer canto, um ninho
Que o tempo é redemoinho
Não sou fôia, eu sou passarinho
Vai sem pressa de ser o que já é
Esse mundo a gente conquista
Do centro rumo às beira
E não há quem não resista
À boa arte brasileira
Levo comigo ternura e esperança
Sei que assim medo não me arcança
Com a água dos olhos regando o sertão
Mas sei que esse mundo é meu
Respiro fundo
Respiro fundo
Respiro fundo e lá vou eu
Se o medo bater em mim
Eu me faço de tambor
Vou batendo por aí
Fingindo não sentir dor
Se o medo bater em mim
Eu escrevo então um samba
Vou sambando por aí
Mesmo com as perna bamba
Eu que tenho medo de escuro
Tenho medo de barata
Tenho medo de morrer
Tenho medo é de ficar pobre
Tão pobrinho, tão pobrinho
E não ter nada pra comer
Eu que tenho medo de cachorro
Tenho medo de palhaço
Tenho medo de apanhar
E eu que to aqui proceis cantando
Mas o maior dos meus medos
É no palco desafinar
Se o medo bater em mim
Eu vou bater nele também
Medo me deixa mais forte
E eu já não vivo sem
Se o medo bater em mim
Mostro que eu sei batuque
Ele pode me espancar
Mas coragem é meu truque
Ele pode me espancar
Mas ser dura é meu truque